Entrevista Outubro 12, 2006.
A banda Berith [death /m surgiu em 95, formada por Cláudio Tibérius (Drums), Carlos Sheminyth (Bass/ Vocal) e Leandro Walczak (Guitars ). O primeiro nome da banda era Devil Cruscher, e como o próprio nome sugere, eles eram chamados de ‘white metal’ . A banda resolveu mudar o nome para Berith, pra não rolar nenhum tipo de bloqueio por eles serem cristãos. Ao contrário de algumas bandas white-metal da época o Berith continuou na estrada, sem pretensão de converter as pessoas, se envolvendo com meio secular, onde tocaram com várias bandas [ By War, Violent, Funeral Putrid, Side Effects, Krophus, Oligarquia, Lethal Curse, Death Poems, Sanatório Krisiun, Pentacrostic, Centauro e Torture Squad ] que dividiam o mesmo pensamento, que era tocar death metal. A banda deu um stop por um longo tempo, e agora volta pra continuar o que tinham deixado pra trás. Na entrevista a seguir, o baterista, Cláudio Tibérios, nos conta um pouco mais sobre a história do Berith.
By Norman
Sin- Killer - Primeiro deixe me perguntar... Você é Pastor ?Claudio Tibérious - Sim... Mas não se preocupem... Não quero o dinheiro de ninguém!!!!! rssssss
Vocês gravaram uma música com o nome ‘The Fall Of God”. O Metallica também tem uma música com esse mesmo nome. E parece que todos achavam que eles eram ‘from hell’ por causa disso. O títulos das músicas do Berith não deixa pista nenhuma que se trata de uma banda Cristã. Vocês decidiram fazer isso pra fugir do inevitável rótulo White Metal?
By Norman
Sin- Killer - Primeiro deixe me perguntar... Você é Pastor ?Claudio Tibérious - Sim... Mas não se preocupem... Não quero o dinheiro de ninguém!!!!! rssssss
Vocês gravaram uma música com o nome ‘The Fall Of God”. O Metallica também tem uma música com esse mesmo nome. E parece que todos achavam que eles eram ‘from hell’ por causa disso. O títulos das músicas do Berith não deixa pista nenhuma que se trata de uma banda Cristã. Vocês decidiram fazer isso pra fugir do inevitável rótulo White Metal?
A verdade é que éramos uma banda denominada White, o Devilcrusher. Em 1994 tocamos com o “Dorsal Atlântica” no Rio de Janeiro, isso abriu nossa mente, e com o modismo que virou o White Metal decidimos sair desta cena e ser uma banda como qualquer outra que vai atrás de seus objetivos e luta por aquilo que acredita, não que as bandas cristãs não o façam, mas tocar na igreja e de vez em quando conseguir um show num lugar secular com um monte de banda cristã tocando é fácil. E como você mesmo disse na news do seu site, o Berith é meu projeto secular, ou seja, nada tem a ver com White Metal, mas voltando, não estávamos mais acreditando no movimento White. A música The Fall of God como todas as outras contam a história do sofrimento da humanidade ao longo da história... Inclusive histerias bíblicas. A música em questão fala da morte de Cristo. Os títulos fazem parte da história.
Os cristãos não consideram o Berith como White Metal, mas os “não-cristãos”, sim. Como você lida com isso?
Bem, as pessoas informadas e que nos conhecem não pensam assim. Sabem que somos pessoas comuns, que acreditamos em Deus e procuramos seguir o exemplo de Jesus e sabem que gostamos demais de Heavy Metal, por isso quem nos rotula não nos conhece.Muito Prazer!!!
Vocês chegaram a mudar o nome da banda, para não serem realmente confundido com uma banda “cristã”. Até onde isso é verdade. Poderia comentar?
Como eu disse, éramos o Devilcrusher e nos tornamos Berith com os mesmos membros. Alguns amigos que não freqüentam igreja ou coisa parecida, mas gostavam de nosso trabalho anterior, chegaram a questionar esta mudança, mas com o passar do tempo viram que foi uma decisão acertada, pois mostramos nossa cara para o público no geral.
Você tinha me contado em “off’ que alguns fanzines não fizeram resenhas da demo do Berith... por saberem que vocês eram cristãos, conseqüentemente, “White Metal”. Isso seria um dos motivos pra odiar o “White Metal”?
Norman, em todos os anos de Berith, saímos em vários fanzines dedicados a música extrema sempre com boas resenhas por causa do nosso som e alguns “zines” recusaram fazer resenha sim, mas isso nunca foi o problema. Nós nunca dissemos que odiávamos isso ou aquilo, simplesmente não poderia mais compactuar com aquilo que não acreditávamos mais e ainda, mesmo respeitando algumas bandas, não acreditamos. É só ver o número de bandas com membros cristão que hoje em dia não suportam este rótulo, mas odiar? Isso não... Rock é Rock e em qualquer meio tem bandas legais e bandas ruins...
Qual foi a causa do fim da banda?
Nós nos perdemos no meio do processo de ser banda e estarmos focados naquilo que entendíamos ser à vontade de Deus para o Berith... Com isso vieram os desacordos, cobranças, e o cansaço nos tirou a paciência uns com os outros. Este tempo parado fez com que amadurecêssemos e hoje estamos de volta.
Você é um cara bastante envolvido com o meio secular. Inclusive já tocou em banda não cristã. . Conte um pouco sobre o seu trabalho e diga o nome de algumas bandas que você trabalhou.
Na verdade não cheguei a tocar com bandas não cristãs com exceção do próprio Berith, mas organizei festivais beneficentes onde bandas não cristãs participaram, trabalhei com os vídeos das bandas Torture Squad, C.O.A., Panzer e Reviolênce, captando imagens e editando. Sou um cara comum que gosta de fazer amizade. Se alguém não quer ser meu amigo tudo bem, cada um na sua, respeito isso e me coloco no meu lugar, mas ao longo destes quase 25 anos trabalhando no meio metal sempre tive muita gente legal ao meu redor...
O Berith já foi confundido com banda de black-metal. Esse assunto é um pouco polêmico. Um dos estilos musicais que mais cresce no underground cristão é o black-metal e são de fato, ótimas bandas. Como você pensa sobre essa questão “Black Metal” no meio cristão? Você pensa como o Steve Rowe, o criador do termo “UnBlack Metal”?
Não sei o que exatamente o Steve Rowe pensa, mas para mim qualquer banda que se diz cristã e usa o termo Black Metal Cristão não sabe nada de ideologia. Os caras que curtem Black Metal mesmo, não vêem isso como estilo musical, mas uma ideologia. Se bem que pensando em Brasil algumas pessoas tem isso como modismo, ou um meio de externar alguma frustração, pois o respeito é a base de qualquer ideologia quer ela seja para o bem ou para o mal.
Como foi a época em que você esteve no Death Poems?
Foi muito bom. O Evandro é um grande amigo e desde o começo ele já sabia que meu desejo era voltar com o Berith. Até o incidente com a banda Death Poems na Casa de Cultura teve um reflexo positivo. [ Nós fomos tocar com 2 bandas seculares e cuspiram na banda. Jogaram latas de cervejas e mostrando o p... (melho não publicar isso)... Um cara subiu no palco pra bater no Evandro, então eu tive que intervir e graças a Deus, não aconteceu algo pior]
Você é cristão, mas que não se limita musicalmente. Como é estar nesse meio sem abrir mão dos princípios cristãos?
Já teve algum trabalho que você se recusou ou pensou em não fazer, por ser muito ofensivo ou contra o cristianismo?
Meu, eu acredito que Deus chama e capacita. Quando estou com amigos que não tem a mesma conduta que eu, sempre lembro que Jesus, onde estava, influenciava. Se eu me deixar influenciar pelo meio, estou no lugar errado e pior, desobedecendo a Deus por não estar no lugar que Ele gostaria que estivesse... Quanto a trabalhos recusados... Lembro de uma vez ter tentado editar um festival Death/Black e deu tanta coisa errada que acabei não fazendo o serviço e fui indicado para fazer cópias do material da tour de 2002 do Krisiun, mas por algum motivo não rolou.
Eu tentei fazer uma entrevista com uma banda chamada Elevuetie. Eu tinha lido em algum site, que eles eram uma banda de celtic/pagan metal (cristã). Foi um equívoco muito grande, pois o cara me fez alguns insultos, dizendo que a banda dele não tinha nada a ver com metal cristão e que ele não sabia de onde isso tinha saído. No caso, a banda dele, faz parte do selo Fear Dark, que todos pensam que só tem bandas cristãs. Foi uma experiência diferente das que costumam acontecer... E você já passou por algo parecido ou já se surpreendeu assim?
Que eu lembre não... Que história bizarra...
Sem dúvida, um dos maiores fanzines do meio cristão, é “O Extreme Brutal Death”. E foi o dono do fanzine que ressuscitou o Berith, que no caso tem também um selo “Indie”. Como aconteceu o “acordo” entre vocês?
Eu vinha tentando, sozinho, lançar o cd do Berith, mas não conseguia. Conversei com dois grandes amigos, o Sandro Baggio e o Fábio Ramos que me deram o maior apoio sobre a volta da banda. Na mesma semana o Cássio me procurou propondo o lançamento do CD.
Marcamos um ensaio e após 5 anos a química estava lá. Um ensaio e entramos no estúdio e o trampo taí, muito bem feito com um tremendo capricho. Ótimo trabalho do Cássio e da Extreme Rec. E pelas conversas que tenho tido com ele, o termo White Metal está bem longe do “zine”...
A capa de Symphony Of... é bem sombria. Mas não assusta tanto quando a do Clemency (.Spiritual Domination..) Me conte como foi criada a arte, baseado apenas nas letras ...
O trabalho é conceitual, as letras são seqüenciadas. O Edão, que toca no Reviolence e foi batera do Panzer é um grande amigo e mexe com artes também. Eu falei das letras e principalmente da The Empire e assim, capa foi feita. Toda a idéia foi do Edão... Grande trampo.
Vocês já estão com planos também pra voltar aos palcos? Quais são as bandas que você gostaria para fazer alguns shows juntos?
Nós já tocamos com Torture Squad, Side Effects, Oligarquia, Krisiun, Sanatório, dentre outras. Tem muitas bandas boas no País. Não dá para dizer que tenho preferências, uma vez que o mais importante é dividir o palco com amigos e tomar aquele guaraná ou água no final do concerto... A cerveja, deixo para os amigos... rsssss
Bom, quais são suas últimas palavras?
Pois é Norman chegou o dia... Quero agradecer muito pela oportunidade e espero que os rótulos sejam deixados de lado de uma vez com relação ao Berith,
Estou aberto a perguntas, comentários, criticas, sei lá – claudiotiberius@hotmail.com berith_metal@hotmail.com
Fiquem com Deus. Acreditando ou não...
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